Dedicado!

A Rosa Morena e o Beija Flor

No desabrochar da primavera
o campo ganha mais cores
o verde exuberante
agora pelo rosa se contagia

A rosa é uma mocinha
transbordando liberdade
abrindo espaços de vida
inquieta procurando saídas

A mãe nos ensinou a compreendê-la
sua fotosíntese é uma explosão
precisa de atenção e carinho
e do ar para se expressar

Os espinhos ficaram para baixo
Suas pétalas exalam constante aroma
E o beija-flor no instinto é atraído
para o seio da natureza rosa

Fonte das jóias

Como faz bem falar de (com) natureza
Tudo que faz parte da gente
Que nos alimenta
Transmitindo energia
Encantando os olhos

Temos costumes lindos
As vezes despercebidos
A jóia nos envolve de magia
Ela apresenta-se com suas cores
Seu jeito próprio de ser

É impossível fazê-la?!
Lapidá-la com talento
Contorná-la com carinho
Presenteá-la por amor
Faz dela mais rara

Nunca foste uma peça só
Uma alegoria que passeia
Que transborda vida em gotas
Nos pontos, nós e amarras.
Libertando sua estima

Vontade é de estar dentro da jóia
Ser ela e brilhar intensamente
Sabemos que ela não tem posse
É itinerante para todos que atentam
Mais jovem torna-se com admiração

O que ela pede?
Ainda seremos um só
E os cabelos que caem
A ela serão oferecidos
Devolvidos a fonte

Perverço

Existem dias
Existem noites
Que passam e marcam
Como num choque atômico
Que destrói os sentimentos
Machucando o que não pode ser ferido
E condenando o erro de estratégia
Mas na alma não existe isto
Lá o instinto habita
E na aparente inocência
Toda perversidade

Os sentidos assustam
Quando são pressionados
E no barulho do grilo
A esperança
De voltar pra casa
Pros braços da mãe
Que é natureza minha
E retirar as esporas
Afinal nunca defenderam

Tu noite bela
Que é minha companheira
De ti nunca irei me afastar
A muito ciúme por seus olhos
Mas você é bateria e escape
Amiga para todas as noites
E elas multiplicam-se
Sem rotina, em todos os lugares

E você dia
Meu melhor amigo
Que comigo repensa
Em cenas que mostra-me
Beleza escondida nas sombras
Na tua luz não há dúvida
Seu aperto de mão é diário
Convidando-nos a percorrer
Trilhas e lindos campos
As peles, o sal e o olhar

Juntos iremos pra muito mais longe
O mais próximo um do outro
Pra perceber o mistério
Sem dar-nos conta do caminho
Eu dizendo meu nome
E ouvindo outros
Com a harmonia de guia

Sol-it(d)á-ria

Venha ver essa história
Do que antes era livre
Agora já é antigo
Por mais forças que o atravessem
Só uma vez ao ano ele é cascata
E no trato humilde de recolher-se
Toda noite a espera de outros
Limita-se a algumas barreiras
Não se conforma
Volta ao estado vegetativo
Pra aquele que vê somente flores
Ir a fundo com espinhos
Pode criar uma explosão
Mesmo que estivesse em ataque
Sairia como ferido e inocente
Nesse conto priosionário
As mesmas roupas e chinelos
Só não serve naquele que cresce
Sem tamanho ou direção
Com escadas junto aos degraus

Relações na Horizontal

*

Quando paro e pergunto de algo,
Logo sei, não terei respostas.
Tudo que eu penso
É sobre a chegada da dúvida.
Melhor seria deixá-la,
Num casamento sem aliança.
E aqueles vagos fleches,
Secariam perante a força.
Instinto de sobreviver.
O raio de sol que o diga,
Nunca foste um somente.
A lua sim, aqui única,
Nos olhos que ela imobiliza.

**

Eu sigo sentado observando,
Tornando-me um vagabundo.
Sem vontade nenhuma,
De falar das capitais.
Sinto um chamado confuso,
Como a dúvida da espera.
Pensar nos porquês pra que?
Agora brigo com os pássaros,
que chamei pra juntos habitarmos.
A vivência mostra seus conflitos,
Nisso eu acredito.
O conflito une os gostos,
Os ouvidos se fecham.

***
O momento é para uma trilha sonora,
Que faça as vozes se calarem.
Inspirando uma escada horizontal.

Atenção...ao top de 5 segundos que valem por cem metros ao quadrado

Olá! Sejam bem vindos, habitantes do mundo real virtual!
Abre-se este espaço por um tempo ou dois, desde que possamos juntos navegar. Aqui não muito diferente do que temos ae, estaremos tentando mostrar os cantos dos nossos labirintos.

O Show é da vida.